…..A mulher só se torna mulher sob o olhar de um homem: o homem só se torna homem sob o olhar de uma mulher. O que isto expressa é exatamente a reciprocidade em que um se descobre por meio do outro….
Ser o sol da casa faz com que a mulher sinta-se feminina?
Ser uma mulher feminina permite assumir sua autonomia como mulher? Afinal o que é ser autônoma e feminina? O que leva a mulher a se tornar o eixo propulsor da família?
Bem iniciemos pelo conceito do que é ser feminina, a mulher tida como feminina é uma mulher estereotipada com um perfil muito próximo da fragilidade em pessoa, delicada, sensível, perfumada, recatada, dependente e nada competitiva, se emociona facilmente, chorosa, indecisa, desprovida de senso político e direção, dotada de sentimentos maternos e amor incondicional, carinhosa enfim são inúmeros os adjetivos correlacionados ao modelo feminino de ser , porém todos conotam um estado de alguém que necessita de ser protegida, acolhida.
Já a mulher autônoma também estereotipada socialmente apresenta característica como em ser independente financeiramente, emocionalmente, que se posiciona em relação ao mundo com um olhar ampliado com novas lentes e se relaciona com o amor, os homens, os filhos, trabalhos e família buscando uma identidade própria. Para a autora Regina Navarro “A autonomia implica ser você mesma, em sua totalidade, sem negar ou repudiar aspectos de sua personalidade para se submeter ás exigências sociais”. Deste modo podemos considerar a mulher independente financeiramente e que se responsabiliza em ser o eixo propulsor da família como uma mulher autônoma?
Creio que não, mas percebo que a atual mulher… Essa que hoje cuida, protege, administra, planeja, executa e se faz o eixo propulsor da família… Ela mesma que ainda se preocupa com seu bem estar, com sua saúde além dos demais essa está a caminho e em busca de autonomia, claro que impulsionada também por uma sociedade contemporânea em transformação. Transformação que afeta o jeito masculino de ser, o papel do homem em nossa sociedade se transforma, as famílias estão em processo de ajuste, a composição familiar se modificou, hoje segundo o IBEG- mulher, é a mulher em grande parte das famílias Brasileiras a detentora do poder econômico ou ao menos complementa significativamente a renda familiar e também cabe a ela os cuidados para com filhos, administração do lar, da vida social familiar e até mesmo das questões pessoais do marido. Mas a onde esta o homem? Aquele que também com seu papel estereotipado características como força, coragem, ousadia disposto a desafios, provedor de sucesso. Penso que como a mulher ainda em busca de um encaixe um lugar em que possa exercer suas funções masculinas e assim como para a mulher esse papel ainda se desenha. Tem sido muito difícil ser homem atualmente assim como ser mulher. Os papeis se modificam e sofrem transformações isso se faz sintomático quando vemos as mulheres assumindo mais funções e também a harmonia do casamento e do relacionamento conjugal, deste modo sobrecarrega-se por ainda ter um pensamento e uma formação estereotipada da mulher feminina, ou seja, ainda que a mulher do século 21 seja mais atuante, significativa e se faça presente em todos os setores da sociedade para ela na sua concepção de mulher o ser feminina ainda é uma forma de atuação, deste modo acumula em si papéis e funções ambíguas, uma vez que há mulher autônoma na cabe a submissão e subserviência, a autonomia feminina requer também a masculina. Dentro dos processos terapêuticos com casais pode-se observar que o comportamento de um incita o comportamento do outro, assim enquanto a mulher acumula a si mais responsabilidades e afazeres no seu modo de apresentar-se mulher mais o homem se instala no papel de prover e ser cuidado e vice-versa. Ah! Hoje os relacionamentos exigem mais atuação, participação, colaboração e parceria de seus pares, somente nesta configuração é possível a mulher deixar de ser o sol ou céu da família.
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